quarta-feira, 15 de junho de 2011

Produção textual: Relação pais e filhos adolescentes

Olá pessoal!

Quem nunca discutiu com o pai ou a mãe? Quem nunca ouviu a expressão “aborrescente” para se referir ao adolescente?

Lidar com adolescente não é uma tarefa tranquila, pois, dentre outros motivos, a fase da adolescência é marcada por um desejo do jovem de ser independente, de ter autonomia, o que, muitas vezes, leva a uma relação conflituosa dos filhos com os pais.
A relação entre pais e filhos, inclusive, já foi tema de muitas músicas, como “Como nossos pais” (Belchior), “Pais e Filhos” (Legião urbana), “Rebelde sem causa” (Ultraje a Rigor).
Leia os textos abaixo que tratam sobre o tema da relação entre pais e filhos adolescentes.

"Brigas entre pais e filhos adolescentes"
Por Patricia Yumi Nakagawa
Os adolescentes trazem em seus relatos muito sofrimento diante das freqüentes discussões que estabelecem com seus pais neste período de vida. Eles se queixam da invasão de privacidade, da autoridade, do excesso de preocupação com as drogas, sexualidade e liberdade, outros reclamam da omissão de seus pais que parecem ser permissivos, não se importando com eles.
Comentam sobre as mudanças na qualidade da relação que antes havia quando eram crianças, remetem-se ao sentimento de perda e a certo afastamento, seja afetivo ou físico.
Os pais, antes idealizados, passam a ser, aparentemente, figuras odiadas, desvalorizadas, com quem estabelecem os mais intensos confrontos. No entanto, estes sentimentos de raiva e ódio revelam a curiosa faceta da necessidade do adolescente de se diferenciar para adquirir sua própria identidade.
Esse movimento, proporcionado pelas brigas, tem como fundo, o grande mal-entendido proposto pela tarefa da educação, que visa o respeito às regras sociais e a aquisição de autonomia. Para tanto, são necessários a separação e um posicionamento e até mesmo uma contraposição perante os referenciais parentais para que ocupe um lugar.
A adolescência é uma criação da cultura, diz de um período de vida em que o sujeito refaz e reedita suas crenças, seus valores e seus modelos. Para que isso aconteça, o adolescente busca novos paradigmas em outros grupos, que não o familiar.
Os modelos lhe servirão para “testar” novas formas de existência. Assim, o jovem ingressa em grupos com crenças e códigos próprios, como os emos, os nerds, os góticos, os populares, os rebeldes, etc. Em alguns casos, esta situação pode parecer caricata e exagerada, tamanha a necessidade de diferenciação de alguns. Porém, esses grupos são funcionais, permitem a identificação com outros ideais e valores e proporcionam o sentimento de pertencimento no mundo afora.
Aos pais é importante saber que é um momento bastante delicado, mas extremamente necessário, para que o filho se torne um adulto com opiniões e pensamentos que lhe sejam próprios.
Para muitos pais é um período de intensa angústia, pois o adolescente pode ser bastante ativo no seu desejo de adquirir autonomia. Os questionamentos são freqüentes, há um conflito dos pais que querem que o filho cresça, ao mesmo tempo, em que temem as conseqüências da autonomia. Muitos pais se sentem atacados e de fato desvalorizados e sofrem pelo sentimento de que não são mais os “heróis” e “heroínas” de sua prole.
É imprescindível saber dosar e escutar o que esta fase representa, tanto para o adolescente como para os pais. A turbulência pode cegar e ensurdecer aqueles que não estão atentos, assim toda a roupagem vestida pelo adolescente pode desviar a atenção dos pais para a verdadeira razão da existência dela, que é de possibilitar um grande crescimento diante do questionamento daquilo que foi transmitindo. Há o confronto com os referenciais, pois estes existem. Questionar não significa que não tenham valor, mesmo que o adolescente diga isso.
Fonte: http://www.palavraescuta.com.br/tipos/perguntas?page=7





Meus dois pais me tratam muito bem
(O que é que você tem que não fala com ninguém?)
Meus dois pais me dão muito carinho
(Então porque você se sente sempre tão sozinho?)
Meus dois pais me compreendem totalmente
(Como é que cê se sente, desabafa aqui com a gente!)
Meus dois pais me dão apoio moral
(Não dá pra ser legal, só pode ficar mal!)

MAMA MAMA MAMA MAMA
(PAPA PAPA PAPA PAPA)

Minha mãe até me deu essa guitarra
Ela acha bom que o filho caia na farra
E o meu carro foi meu pai que me deu
Filho homem tem que ter um carro seu
Fazem questão que eu só ande produzido
Se orgulham de ver o filhinho tão bonito
Me dão dinheiro prá eu gastar com a mulherada
Eu realmente não preciso mais de nada

Meus pais não querem
Que eu fique legal
Meus pais não querem
Que eu seja um cara normal

Não vai dar, assim não vai dar
Como é que eu vou crescer sem ter com quem me revoltar
Não vai dar, assim não vai dar
Pra eu amadurecer sem ter com quem me rebelar


http://youtu.be/vYC2eQD8aB8

Baseado na leitura dos textos acima, escreva um texto para o blog da turma sobre o tema “Conflitos na relação pais e filhos adolescentes: o que pensam os adolescentes”, em que você, enquanto adolescente, exponha seu ponto de vista, sua opinião sobre essa relação, quais as causas das falhas no diálogo entre pais e filhos nessa etapa da vida tão conturbada que é a adolescência, relacionando seu texto com a leitura dos textos propostos.